A Rede de Sementes do Cerrado (RSC) e a Associação de Coletores Cerrado de Pé concluíram nesta semana, de 3 a 7 de novembro, a etapa final da separação das sementes coletadas ao longo de 2025. A iniciativa marca o encerramento do ciclo anual de coleta, garantindo a qualidade, rastreabilidade e diversidade genética das sementes nativas que abastecem projetos de restauração ecológica em diferentes regiões do Cerrado.
A atividade foi realizada na Casa de Sementes, em Alto Paraíso de Goiás (GO), e envolveu o trabalho conjunto da equipe técnica da RSC e da Associação de Coletores da Cerrado de Pé (ACP). Nesta etapa, as equipes fizeram a conferência, limpeza, pesagem, homogeneização e separação dos lotes que serão destinados aos clientes, encerrando um processo que começou ainda no início do ano.
Segundo a vice-presidente da RSC e coordenadora do Núcleo de Produção de Sementes, Natanna Hostmann, a estimativa é de que o volume chegue a 12 toneladas de sementes de 60 espécies de árvores nativas. “Esta é a última etapa de toda a cadeia de produção que começa em janeiro. Estamos recebendo o restante das sementes coletadas em diversos municípios na região da Chapada dos Veadeiros. Tudo será conferido, homogeneizado, separado para enviar aos clientes”, explica Natanna.
Entre as espécies estão ipê-amarelo, jatobá, angico e barbatimão, espécies utilizadas em projetos de restauração ecológica e recuperação de nascentes. A diversidade das coletas reflete a riqueza do Cerrado.
Além de garantir a qualidade das sementes, a atividade tem um forte impacto social. O trabalho mobiliza coletores e coletoras de comunidades rurais e tradicionais, fortalecendo a geração de renda e o protagonismo local. “Cada lote de sementes representa o esforço de famílias e grupos que atuam com muito cuidado desde a coleta até o envio final. É uma cadeia que une conhecimento técnico e saberes tradicionais”, complementa Natanna.
Publicado em 06/11/2025